Maior autonomia energética e aumento da capacidade de produção de gelo na Casa do Gelo nesta localidade da Ilha de Santo Antão

Monte Trigo, a primeira aldeia 100% renovável do país, após sete anos de acesso à energia 24h/24h com fonte de energia limpa, beneficia de um novo investimento em energias renováveis com implementação do Projeto denominado “Reforço do acesso à Energia Sustentável para impulsionar atividades geradoras de rendimento”.  O acesso à energia 24/24h e contínua incitou uma nova dinâmica de desenvolvimento, em especial no sector das pescas, a principal atividade económica e fonte de rendimento comunitária, diminuindo várias riscos da pratica da atividade, nomeadamente as perdas comerciais ( mediante o acesso a telecomunicações favorecendo a planificação de acesso ao mercados vizinhos e acesso gelo para conservação de pescado)  e técnicas (acesso ao gelo para pratica da pesca no mar) dos produtos pescas, segurança marítima (iluminação da praia). Esta nova dinâmica de crescimento do sector das pescas criou novas desafios em relação ao acesso ao gelo, atualmente limitada ao excedente de energia produzido pela Central Solar fotovoltaica de 37,9 kWp de capacidade, que prioriza o consumo doméstico cuja demanda tem crescido de forma exponencial devido introdução de novas atividades económicas.

Como resposta de acompanhamento desta dinâmica de crescimento do setor da Pescas, um conjunto de parceiros, nomeadamente a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Monte Trigo (Agripesca), Fundo GEF/SGP das Nações Unidas, Fundo de Sustentabilidade Social para o Turismo, Câmara Municipal do Porto Novo e empresa Àguas de Ponta Preta, que uniram esforços para melhorar o acesso ao gelo na aldeia de Monte Trigo, mediante introdução de um sistema autónomo de energias renováveis na Casa de Gelo.

A Casa de Gelo, que iniciou a sua atividade em 2013 com uma capacidade nominal de 500 Kg/dia, foi implementada na sequência do projeto SESAM-ER, com o intuito de aproveitar o excedente de energia produzido na Central Fotovoltaica de Monte Trigo (CFMT), para a produção de em gelo. Entre 2013 a 2018 foram produzidos 85.000 Kg de gelo. Com este projeto, a capacidade de produção de gelo será aumentada para os 1.000 Kg/dia e o edíficio ganhará sua autonomia energética com a instalação de uma Central Solar Fotovoltaica de 15 kWp de potência, eliminando a dependência dos excedentes da demanda doméstica, turística e comercial da aldeia.

Além do projeto objetivar a melhoria das condições de prática das pescas mediante ao acesso continuo e previsivel ao gelo, o projeto pretente igualmente aumentar a disponibilidade de energia eléctrica com energias renováveis na aldeia dando resposta as atuais potencialidades existentes de crescimento económico e empoderar e formar um grupo de mulheres para ocupar as atividades pós-captura nomeadamente a gestão da casa do gelo, com o objectivo de introduzir as mulheres na cadeia de valor da economia local. Concretamente com formações orientadas para realização da gestão ordinária da Casa do Gelo, criação de um emprego próprio e ainda no decorrer da vigência, o projecto envolverá as mulheres com uma participação no processo de implementação.

A Associação de Desenvolvimento Comunitário de Monte Trigo (Agripesca) como proponente, para implementação deste projecto conta com co-financiamento do Fundo GEF/SGP das Nações Unidas, Fundo de Sustentabilidade Social para o Turismo, colaboração institucional da Câmara Municipal do Porto Novo e  o apoio técnico e financeiro da Águas de Ponta Preta, lda.

Esta aliança se assenta numa abordagem estratégica de parcerias público-privado para desenvolvimento comunitário.